Lançamento da Campanha da Fraternidade 2018 na Câmara Municipal de Paulínia

Em 21 de fevereiro, as paróquias de Paulínia que fazem parte de nossa forania Santa Teresinha fizeram o lançamento da Campanha da Fraternidade 2018 – Fraternidade e Superação da Violência –  na Câmara Municipal de Paulínia. Padres da forania, vereadores, Guarda Municipal e Polícia Militar estiveram presentes para falar sobre a violência no município.

Padre Paulo, pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, citou alguns tipos de violência no Brasil e a posição desarmadora da Igreja:

[…] cercas elétricas, câmeras e muros dão a falsa sensação de segurança, mas isso separa não só inimigos, mas também vizinhos e amigos. E as políticas públicas? Não é isso que deveria garantir a segurança? O Brasil tem 3% da população mundial, mas 13% do total de homicídios do mundo. Será que o acesso à segurança irá se resumir somente àqueles que podem pagar? A cultura da violência empurra a culpa do crime para as vítimas: a mulher que foi estuprada por causa da roupa; ou o jovem drogado que merece ser punido por seus atos. Por outro lado, no Congresso Nacional, identifica-se diversos parlamentares ligados à violência.

Quem são as vítimas da violência no Brasil? Mulheres (principalmente em casa), jovens negros, pessoas de orientação sexual diversa, população carcerária (sistema judiciário lerdo e seletivo – gera sensação de impunidade), narcotráfico (não se vence a guerra contra as drogas com mais violência, mas com políticas públicas voltadas à educação, cultura e acesso aos serviços básicos), intolerância religiosa (especialmente contra as matrizes africanas de religião), trânsito (muitas mortes por imprudência). 

Muitos querem uma polícia violenta e vibram com a morte de um bandido. A igreja não pretende resolver o problema da violência, mas promover a cultura da paz, do diálogo e da fraternidade. Não vamos tirar rifles nem pistolas, mas vamos desarmar os corações. Nunca nos esqueçamos de que somos todos irmãos (lema CF 2018). A Misericórdia indica caminhos desafiadores: amai os vossos inimigos, oferecei a outra face, faça o bem sem esperar nada em troca; sede misericordiosos como vosso Pai também o é.

Padre Luiz Carlos, pároco da Paróquia Frei Galvão e vigário forâneo deixou a seguinte proposta: 

Para cumprir a justiça precisamos seguir à risca o conteúdo programático do jovem galileu: Jesus de Nazaré. Nós cristãos temos o dever de batizados de promover a cultura da paz. Nos conselhos de cada paróquia devemos incentivar gestos concretos para a superação da violência, nas comunidades e a nível de forania.

Representando a Polícia Militar, o Capitão Cambuí afirma que o assunto deste ano da Campanha da Fraternidade é dever do estado e responsabilidade de todos. “Devemos ter uma consciência coletiva de que somos todos responsáveis por um mundo melhor. O que o soldado quer é sempre a paz: quando há conduta de violência, as forças da segurança são chamadas para levar a paz àquelas localidades. Hoje vive-se um distanciamento do ser humano com outro ser humano, o celular ganha mais atenção do que um amigo que está à frente. Um esforço coletivo leva à superação da violência”. Está acontecendo uma experiência em Paulínia da integração da Guarda Municipal com a Polícia Militar e pode ser uma esperança, pois já traz bons resultados com a racionalização por meio de estatísticas e mapas para o planejamento da segurança pública de Paulínia.

O inspetor Sergio Oliveira da Guarda Municipal explicou melhor a integração entre GM e PM e o funcionamento da utilização da SIG (Sistema de Informação Geográfica) que registra as ocorrências do município. Sergio Oliveira é formado em Geografia pela Unicamp e conseguiu aplicar os conhecimentos em favor da segurança.

Com a racionalização da segurança pública houve melhoras nos índices de criminalidade. A GM começou a recrutar guardas com formações em geografia e computação que estão otimizando os serviços. Já existe um aplicativo chamado “mapa do crime” que informa aos policiais das ocorrências registradas.

O encerramento foi feito pelo Padre Paulo: ‘a Paz é fruto da justiça’.