No último sábado, 10 de março, mais de 200 mulheres participaram do II Encontro de Mulheres da Paróquia Frei Galvão. O encontro começou às 14h00 e teve como tema: “Eis aqui a serva do Senhor”.
A primeira palestra foi ministrada pela psicóloga Tânia que falou sobre a violência contra mulher. Segundo a psicóloga, a violência, em muitos casos, não é física, mas está ligada a qualquer violação de direito e relaciona-se muito com o poder entre homem e mulher (posição social, salário, etc.). Existem vários tipos de violência: psicológica, emocional (uma parte diminui a outra), moral (com frases do tipo “você é louca”, “você não consegue!”, social (quando a mulher é impedida de sair com quem quer, não pode conversar, desabafar, encontrar a família), patrimonial (quando quebra-se objetos, rasga-se fotos, corta o cabelo), física e sexual (um constrangimento já é considerado violência sexual). Geralmente a violência entra num ciclo que se inicia na explosão (xingamentos, surras), logo vem o arrependimento e por fim a lua de mel novamente, até o ciclo girar outra vez. A psicóloga afirmou também que mulher que sofre violência em casa, tem outras áreas da vida afetadas, como a vida familiar e social e se torna uma mulher mais agressiva e menos tolerante. Para encerrar, falou do empoderamento feminino, que é a capacidade de mudar por si mesmo, capacidade de conversar e falar dos problemas.
“A violência não é justificável, claro que devemos ter cuidado e nos preocupar com horários e lugares, mas não podemos transferir a culpa para uma mulher que foi violentada, violência não educa, violência gera violência.”
A Segunda palestra foi ministrada pelo Diácono Fábio Fernandes, da Arquidiocese de Campinas, que falou sobre o ano do laicato e a importância da mulher na igreja.
Temos uma visão da palavra “leigo” que é aquele que não sabe. Na verdade leigo significa povo, massa. Leigo não é aquele que não sabe, mas aquele que tem uma responsabilidade na missão da Igreja, leigo é agente participativo da vida da Igreja e, segundo o Concílio, Igreja é povo de Deus. A mulher é maioria e tem um lugar fundamental na vida da igreja. A história da Salvação conta com mulheres. Até antes do casamento, a mulher não tinha nome, levava o nome do pai e, depois de se casar, era conhecida pelo nome do marido. Vemos naquela passagem bíblica “[…] sem contar mulheres e crianças”, porque na época mulher não tinha cidadania. O marido tinha várias mulheres, porém se fosse o contrário a mulher seria devolvida para o pai e assim, nem era mais considerada gente. Jesus é o rosto misericordioso do Pai e veio para corrigir o que estava errado, por isso foi crucificado. Jesus dá dignidade a quem não tem. Por suas características, estabelece igualdade, se posiciona contra a opressão, faz questão de acolher porque é a partir do encontro com Ele que a vida é transformada. Jesus não apenas convive, mas acolhe e promove os que são excluídos e rotulados. Alguns exemplos de mulheres que tiveram contato com Jesus são a Samaritana, a viúva de Naim, a filha de Jairo e tantas outras. No tempo de Jesus, a mulher passou a ser gente! Tudo o que a Igreja tem que ser, é encontrado em Maria. Maria é modelo de Igreja, da vida e missão. Maria foi a primeira que contemplou e encontrou o seu lugar na vida da igreja, Maria é modelo de pastorais e movimentos e pode fazer com que o cristianismo supere o risco de se fechar em si mesmo.
“A igreja precisa da presença feminina. O gênio feminino é indispensável nas pastorais”.
O terceiro momento foi com nosso pároco, padre Luiz Carlos que, de forma motivacional e iniciando com a música”viver e não ter a vergonha de ser feliz”, falou da força da mulher e de Maria, aquela que ligou o Céu e a Terra.
Maria é o lugar onde a vida começava a ser modificada, Maria é de carne e osso, é de família. Mulher é mais aprimorada que o homem. O homem só é verdadeiramente inteiro se tiver uma mulher na vida dele. A mulher tem o dom de ser como Deus em pequenas medidas: Tem o poder de costurar a criação de novo; tem o poder amoroso na hora certa; tem a cura quando é preciso; quando está ruim, coloca doce na vida.
“Minha mãe era analfabeta, mas foi ela quem me ensinou a tomar ônibus e a ver as horas. Quando ela morreu eu tinha 14 anos e a morte dela desequilibrou a casa. Meu pai era um homem forte e ficou sem estrutura.”
Mulher é matriz, homem é filial. Mulher tem que gestar relacionamentos diferentes, gestar o céu e gestar o que nos melhora. Mulher tem que assumir a condição de Maria. Mulher não abandona o barco e faz coisas que homens não suportariam. Muita coisa só está em pé hoje por causa da mulher. Maria tem um coração sagrado, porque esteve ao lado de Jesus.
“Mulher, não fique longe de Jesus para se tornar mais sagrada! E se for se casar, que seja com um homem de verdade, não vá viver com um pedaço de homem!”
O encontro terminou com a benção do Santíssimo, um momento que marcou e emocionou a muitas. Confira alguns momentos:
Fotos: Júlia Szilagyi Marinho / Bruna Moraes
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